sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Apagão castiga o Rio e prejudica abastecimento e comunicações


Apagão castiga o Rio e prejudica abastecimento e comunicações.


Governo atribui falha a fatores climáticos, mas especialistas questionam explicação. Transtornos do blecaute ainda persistem no estado do Rio

Rio - O apagão da noite de terça-feira castigou 18 estados do País e afetou a vida de 50 milhões de pessoas, mas o Rio foi um dos mais prejudicados pela falha no abastecimento. Além da escuridão, o carioca enfrentou também um ‘caladão’, com congestionamento das redes de telefonia que impediu a comunicação em muitos pontos da cidade.


O caos no transporte público — com trens e metrôs parados e ônibus lotados — impediu que muita gente chegasse em casa. O calor e, depois, a falta d’água como consequência da queda de energia pioraram a situação e estenderam os problemas até o dia seguinte. O sistema da Caixa Econômica foi atingido, impedindo operações bancárias, transferidas para as casas lotéricas. No estado, a Baixada Fluminense foi a que passou mais tempo no breu: sete horas. O último município ‘religado’ foi São João de Meriti, às 5h30.


Com medo de novos apagões, cariocas correram para comprar lanternas e luzes de emergência. Ontem à noite, voltou a faltar energia em Santa Teresa.

Escuridão e ruas vazias no Rio

Luciano Bartolomeu, diretor executivo da Associação de Hotéis, Bares e Restaurantes, afirmou que o apagão foi um pesadelo para as 80 mil empresas do ramo no Rio. “Os alimentos têm data de validade, a refrigeração tem que ser mantida, e os empresários conscientes devem descartar alimentos impróprios ao consumo”, alerta. Pesquisa detectou prejuízo de 75% nas empresas.


A Federação das Indústrias do Rio informou que as mais afetadas são as que funcionam 24 horas, as de alimentos, siderurgia e petroquímica.

Você teve prejuízo com o apagão de energia que escureceu o país?

Sim ou Não

A explicação do governo para o apagão de quatro horas foi a de que três linhas de transmissão no interior de São Paulo foram atingidas por raios, provocando curto circuito. O desligamento automático teria cortado a mensagem de abastecimento e desconectado a Usina de Itaipu, Agra I e II.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o Conselho Nacional de Política Energética para avaliar as causas do apagão. Após a reunião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, apresentou a versão oficial. “O Operador Nacional do Sistema (ONS), Furnas e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluíram que foram descargas atmosféricas, ventos muito fortes em Itaberá (SP), o que provocou curto circuito”, esclareceu Lobão.

Diante de críticas e comparações com o racionamento de energia que obrigou o País a economizar em 2001, Lula negou que o problema fosse na geração de energia ou por ausência de linhas de transmissão. Técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmaram que as chances de um raio ter sido a causa do apagão são mínimas. “A baixa intensidade da descarga registrada não seria capaz de produzir um desligamento da linha”, informou em nota.


O diretor da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica, César de Barros Pinto, também descartou a tempestade de raios. Para ele, pode ter havido falha na subestação das linhas de transmissão.

Reportagem de O Dia


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