segunda-feira, 12 de abril de 2010

Relatório de 2004 apontava Morro do Bumba como área de risco


Enviado por Gabriel Pondé

O prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira negou, no último sábado, dia 10, que os dois relatórios da UFF (Universidade Federal Fluminense) alertavam sobre os riscos de deslizamento de terra no Morro do Bumba, em Viçoso Jardim. Mas o geólogo e professor da UFF Adalberto Silva, autor do estudo de 2004 ao lado de André Luiz Ferrari, afirma que em seu trabalho constava a comunidade.

No relatório, o Morro do Bumba foi classificado como de médio a alto risco de escorregamento. Na época, não fomos informados pela prefeitura que o Bumba era um lixão desativado. Se soubéssemos, não teríamos colocado o local como área de risco, e, sim, de certeza de uma tragédia. É inadmissível que se construa moradias numa região dessas - explica o professor.

Para Adalberto, se essa informação fosse passada aos técnicos da UFF em 2004, a morte das 36 pessoas que ficaram soterradas após deslizamento no último dia 6, poderia ter sido evitada. Naquele período, Godofredo Pinto estava à frente da Prefeitura de Niterói.

A falta de informação e de ação na área causou a tragédia. Em 15 anos de profissão, posso dizer que, em situações como essa, só há uma recomendação viável: a remoção - conta Adalberto, que revelou ter demorado um ano para realizar o relatório.

Jorge Roberto Silveira se defendeu das acusações de omissão dizendo que não pode ser culpado pelas fortes chuvas e que a tragédia no Morro do Bumba foi um desastre natural. No entanto, para o geólogo Adalberto Silva, a grande quantidade de água que caiu na região não foi o principal responsável pelo desmoronamento.

O problema não foi causado apenas pelas chuvas. Trata-se de um terreno móvel. O deslizamento de terra poderia acontecer a qualquer momento.

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