segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

DESASTRES NATURAIS

Nº 5

DESASTRES NATURAIS

Desastres Naturais relacionados com a Geodinâmica Terrestre Externa

01 – Desastre Natural de Causa Eólica
Vendavais ou tempestades;
Vendavais muito intensos ou Ciclones Extratropicais;
Vendavais extremamente intensos, Tufões ou Ciclones Tropicais;
Tornados e Trombas D’Água

02 – Desastres Naturais relacionados com Temperaturas Extremas
Ondas de Frio Intenso
Nevadas
Nevascas ou Tempestades de Neve
Granizos
Geadas
Ondas de Calor
Ventos Quentes e Secos

03 – Desastres Naturais relacionados com Incremento das Precipitações Hídricas e com as Inundações
Enchentes ou Inundações Graduais
Enxurradas ou Inundações Bruscas
Alagamentos
Inundações Litorâneas provocadas pela Brusca Invasão do Mar

04 – Desastres Naturais Relacionados com a Intensa Redução das Precipitações Hídricas
Estiagens
Seca
Queda Intensa da Umidade Relativa do Ar
Incêndios Florestais

DESASTRES NATURAIS DE CAUSA EÓLICA.

Os desastres naturais de causa eólica são os relacionados com a intensificação do regime dos ventos ou com a forte redução da circulação atmosférica.

Esses desastres são subdivididos em: Vendavais ou Tempestades; Vendavais muito intensos ou Ciclone Extratropicias; Vendavais extremamente intensos, Furacões, Tufões ou Ciclones Tropicais; Tornados e Tromba D’Água.

Para melhor entendimento das classificações vamos conhecer a Escala Modificada de Beaufort.
Essa escala foi idealizado pelo Almirante e Hidrógrafo inglês Sir Francis Beaufort, em 1806. Inicialmente, era definida em função dos estados do mar; com o decorrer do tempo, foi modificada e utilizada, também, para medir os fenômenos eólicos correntes no continente.

Nº Escala; Nomeclatura; Velocidade do Vento; Caracterização:

0 - Vento Calmo ou Calmaria; Menos de 1,8 Km/h; Nada se move. A fumaça sobe verticalmente.
1 - Bafagem, aragem leve, vento quase calmo; 1,8 – 6,0 Km/h; O sentido do vento é indicado pela fumaça, mas não pelo cata-vento.
2 - Brisa leve ou aragem; 7,0 – 11,0 Km/h; Sente-se o vento na face. As folhas das árvores são agitadas levemente. Os cata-ventos são acionados.
3 - Vento fraco ou leve; 12,0 – 19,0 Km/h; As bandeiras leves desfraldam. As folhas das árvores e arbustos movimentam-se continuamente.
4 - Vento moderado; 20,0 – 30,0 Km/h; Levanta poeira e papéis. Movimenta pequenos galhos de árvores.
5 - Vento regular; 31,0 – 40,0 Km/h; Forma ondas com cristas nos rios e lagos. Faz oscilar os arbustos.
6 - Vento muito fresco ou meio forte; 41,0 – 51,0 Km/h: Faz zunir os fios. Movimenta os galhos maiores das árvores. Dificulta o uso de guarda-chuvas.
7 - Vento forte; 52,0 – 61,0 Km/h: Movimenta o tronco das arvores. Impossibilita andar contra o vento.
8 - Vento muito forte ou ventania; 62,0 – 74,0 Km/h; Quebra galhos de arvores. Impossibilita andar contra o vento.
9 - Vento duro ou ventania fortíssima; 75,0 – 87,0 Km/h; Produz pequenos danos nas habitações. Arranca telhas. Derruba chaminés de barro.
10 - Vento muito duro. Vendaval ou Tempestade; 88,0 – 102,0 Km/h; Derruba arvores. Produz danos consideráveis em habitações mal construídas. Destelha muitas edificações.
11 - Vento tempestuoso, vendaval muito forte, ciclone extratropical; 103,0 – 119,0 Km/h; Arranca arvores. Provoca grande destruição. Derruba a fiação.
12 - Furacão, tufão ou ciclone tropical Acima de 120,0; Efeitos devastadores. Provoca grandes danos e prejuízos.

Para que os nossos leitores possam acompanhar com mais clareza os assuntos em pauta, vamos mencionar somente os desastres naturais possíveis de ocorrerem no Brasil, embora, sabemos que a agressão ao meio ambiente, torna possível qualquer tipo de desastre em nosso território de dimensões continentais.

Vendavais ou Tempestades.

Caracterização – São perturbações marcantes no estado normal da atmosfera. Deslocamento violento de uma massa de ar, de uma área de alta pressão para outra de baixa pressão. Também chamados de ventos muito duros, correspondem ao numero 10 da escala Beaufort, compreendendo ventos cujas velocidades variam entre 88,0 a 102 Km/h.

Os vendavais são normalmente acompanhados de precipitações hídricas intensas e concentrados que caracterizam tempestades. Além das chuvas intensas, os vendavais podem ser acompanhados por queda de granizo. (acompanhados de neve, são chamados de nevascas).

Os serviços meteorológicos acompanham diariamente a evolução do tempo e tem condições de alertar a Defesa Civil com horas, ou mesmo, dias de antecedência, sobre a passagem de uma frente fria intensa, a caracterização de linhas de instabilidade e a caracterização de formações convectivas.

Normalmente, nessas condições, a queda acentuada da pressão barométrica em uma determinada área e o estabelecimento de um forte gradiente de pressão, com uma frente em deslocamento, é prenúncio de vendaval.

Vendavais muito intensos ou Ciclone Extratropicais.

Caracterização – Também chamados de ventos tempestuosos, correspondem ao número 11 da escala de Beaufort, compreendendo ventos cujas velocidades variam entre 102,0 a 120,0 km/h.

Normalmente, são acompanhados de precipitações hídricas muito intensas e concentrados. Além das chuvas concentradas, os vendavais muito intensos costumam acompanhar-se de inundações, ondas gigantescas, raios, naufrágios e incêndios provocados por curto-circuito.

Os vendavais muito intensos surgem quando há uma exacerbação das condições climáticas, responsáveis pela gênese do fenômeno, incrementando a magnitude do mesmo.

Principais efeitos adversos – Esses fenômenos quando muito intensos, arrancam arvores, destroem fiações e provocam danos normalmente mais intensos que os provocados pelos vendavais.

Vendavais Extremamente Intensos, Furacões, Tufões ou Ciclones Tropicais.

Caracterização – Ventos de velocidades superiores a 120,0 km/h, correspondendo ao numero 12 na Escada de Beaufort.

O primeiro furacão sofrido por europeus ocorreu em 16 de junho de 1494, no porto de Isabela, da Ilha de São Domingos. O fenômeno ocorreu enquanto Colombo estava ausente, em viagem de exploração e provocou a destruição de duas Naus.

Os furacões formam-se sobre as águas mornas (aproximadamente 27ºC) dos oceanos, dentro da faixa de depressão equatorial, situada entre 5º e 10º de latitude norte ou sul. No equador, devido à redução do “Efeito Coriolis”, não há possibilidade de ocorrer o fenômeno.

“Efeito Coriólis - O Efeito Coriólis (nome devido ao seu descobridor Gaspard Coriólis), é a tendência que qualquer corpo em movimento sobre a superfície terrestre tem de mudar seu curso devido à direção rotacional e da velocidade da Terra”.

No hemisfério Norte, a atração é no sentido horário (para a direita) e no hemisfério Sul, a atração é no sentido inverso (anti-horário).

Na TV, o repórter da Globo Maurício Kubrusly demonstrou o efeito, quando com recipiente contendo água se posicionou sobre a linha do equador (a água não girou para nenhum lado), depois acima da linha do equador (a água girou para o lado direito) e por último deslocou-se abaixo da linha do equador (nesse caso a água girou para o lado esquerdo).

Esse efeito afeta também as correntes marítimas, pois a água (líquido) sofre deformações.

A velocidade de giro da Terra que próxima à linha do equador é de aproximadamente 1.666 km/h vai diminuindo em direção aos pólos. Sendo assim, se disparássemos um tiro de canhão na direção Norte ou na direção Sul, não acertaríamos o alvo, uma vez que as velocidades de rotação do local de lançamento para o alvo seriam diferentes causando desvio do tiro. Nesse caso deveria ser feito um cálculo levando em consideração essa diferença para que pudéssemos acertar o referido alvo.

Voltando ao tema sobre os Vendavais extremamente intensos (furacões, tufões e ciclones tropicais), a ciclo-gênese de um furacão depende da energia latente do vapor d’água formado na faixa de depressão equatorial. A caracterização de um vórtice ou de uma linha de cisalhamento (fragmento) dentro da corrente dos alísios dá inicio a um movimento centrifugo, de direção anti-horária no hemisfério norte e horária no hemisfério sul.

Principais efeitos adversos pelo fenômeno são causados pela pressão dos ventos, normalmente de muito grande violência; por objetos transportados e arremessados pelos ventos; por chuvas torrenciais, causadoras de inundações bruscas e alagamentos; pela formação de ondas gigantescas que, embora inferiores ao tsunâmis, tem grande poder de destruição. Normalmente as inundações são responsáveis por 75% das mortes provocadas pelo fenômeno.

Existe um sistema integrado de previsão de ciclones ou furacões, constituído por satélites meteorológicos, sistemas de radar, navios, aviões e outros recursos utilizados pelos serviços meteorológicos para a prevenção dos desastres.

A redução de danos depende de medidas objetivando a minimização das vulnerabilidades, através de medidas estruturais e não estruturais.

As medidas não-estruturais dizem respeito a uma racional utilização do espaço geográfico, evitando construir em áreas sujeitas a inundação, ao impacto de ondas gigantescas ou a deslizamentos e desmoronamentos.

As medidas estruturais dizem respeito à construção de habitações e outras instalações devidamente reforçadas, com telhas corretamente fixadas, protegidas dos ventos dominantes e sobre pilotis ou com sótão habitáveis.

As medidas preventivas emergenciais são semelhantes a já abordadas anteriormente.

Tornados e Trombas D’Águas.

Pouca ou nenhuma ocorrência no território nacional, mas amplamente divulgado pela imprensa em outros paises, principalmente nos Estados Unidos, vamos abordar alguns tópicos a seu respeito.

A velocidade do vento na periferia do vórtice pode atingir incríveis níveis, correspondentes a 800Km/h. Como a pressão do vento aumenta com o quadrado da velocidade, nessas condições o vento exerce uma pressão 25 vezes superior à de um ciclone extremamente violento, com velocidade de 160 Km/h.

A corrente ascendente, provocada pelo efeito chaminé, pode atingir velocidades de até 320 Km/h.

Por esses motivos, a destruição provocada pelos tornados é altamente concentrada e extremamente violenta. O efeito chaminé provoca o arrancamento das árvores, a destruição das habitações e a elevação do ar dos destroços resultantes.

CICLONE CATARINA OCORRIDO NO SUL DO BRASIL EM 2004

Por Diogo Dreyer

Ventos de 150 km/h atingem a costa brasileira e causam diversos estragos. Especialistas divergem em relação à classificação do fenômeno e sobre a possibilidade de ele se tornar freqüente no país.

Todo mundo está acostumado a ver notícias sobre ciclones e furacões que ocorrem na costa dos EUA ou no Canadá, mas ninguém levou muito a sério quando, na quinta-feira da semana passada (27 e 28/03/2004), meteorologistas, especialmente norte-americanos, alertaram sobre o fato de que um ciclone atingiria o litoral de Santa Catarina. Daí começou a confusão. Alguns institutos afirmaram que se tratava de um ciclone que se dissiparia antes de chegar à costa; outros, que ele chegaria ao litoral; e outros ainda, que se tratava de um furacão.

Resultado dessa confusão: os ventos que chegaram ao continente, tivessem o nome que tivessem, atingiram até 150 km/h! Segundo dados da Defesa Civil de Santa Catarina, dezenove municípios foram atingidos. Uma pessoa morreu quando trafegava pela BR-101 e seu veículo foi atingido por uma árvore.

O Catarina, como acabou sendo batizado o fenômeno, deixou cerca de 15.700 pessoas desabrigadas. Foram danificadas 32.303 casas. Outras 290 foram destruídas. Quinze municípios sofreram com a falta de energia. Onze tiveram problemas com o abastecimento de água, e outros onze tiveram o sistema de comunicação afetado.

No Rio Grande do Sul, o agricultor Calino Teixeira Mattos, 61, foi encontrado morto a 50 metros de sua casa, em Barro Cortado, perto de Torres. Não havia sinais de lesão em seu corpo. Suspeita-se de que ele tenha sofrido um ataque cardíaco durante a passagem do ciclone.

De acordo com a Defesa Civil gaúcha, o ciclone causou danos em ao menos 1.320 casas em sete municípios. Torres foi a localidade mais afetada. O ciclone também causou interrupção no abastecimento de água e fornecimento de energia. Postes e árvores caíram. Houve alagamento em algumas regiões


Por Prof. Hermes Alves de Almeida

O ciclone extratropical que atingiu a costa de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul foi monitorado por diversos centros meteorológicos, utilizando-se imagens de satélites e de radar, desde a sua fase inicial (24.03.04), quando foi detectada uma pequena área de instabilidade atmosférica no Atlântico Sul, a cerca de 1000 km da costa Catarinense, configurando-se numa circulação ciclônica.

As imagens de satélites geoestacionário, recebidas a cada 30 minutos, mostravam, antes do dia 24.03, uma massa de ar polar (fria) deslocando-se sobre uma superfície mais aquecida. O encontro de duas massas de ar forma uma zona de transição, denominada de superfície frontal ou simplesmente frente, com vários quilômetros de espessura, onde há variações bruscas de temperatura, pressão e vento. A depender das características térmicas da massa que as seguem, elas são ditas: frias ou quentes.

A densidade do ar frio, procedente do pólo, sendo maior que a do ar quente (oriundo da zona tropical), o obriga a se manter justaposto à superfície. Assim, o deslocamento da frente fria, em direção a região tropical, deverá fazer-se sob o ar quente (pré-frontal) atuando a superfície frontal fria como se fosse uma cunha. A superfície mais aquecida (na pré-frontal) contribui no sentido de diminuir a pressão, portanto, num ciclone (centro de baixa pressão) que tem circulação horária no hemisfério sul.

O movimento ascendente de o ar quente decorrer da ação do próprio centro de convergência. Não havendo condições atmosféricas propicias ao deslocamento da frente fria, ela estacionou e em seguida desviou para o Atlântico. Por ter maior velocidade de deslocamento, a frente fria acaba por alcançar a frente quente e, conseqüentemente, passar por sob o ar quente. Assim, a frente fria caba por provocar o desaparecimento do setor quente à superfície e esse fenômeno é conhecido como oclusão.

As imagens de satélites mostravam uma superfície frontal fria, oclusão do tipo frio, no interior do oceano, com nuvens no formato de vírgula invertida, chuvas intensas e ventos girando no sentido dos ponteiros do relógio, circulação esta típica de um ciclone.

Porque Ciclone Extratropical Catarina?
Utilizando-se critérios acadêmicos costuma-se dividir o globo terrestre, associando-se a predominância de centros de alta e de baixa pressão, em três células de circulação meridional,
seqüencialmente separadas a cada 30º de latitude, que constituem as faixas tropical (0-30º), extratropical (30-60º) e polar (60-90º).

Assim, qualquer fenômeno agrega a denominação da sua respectiva faixa e, por isso, o referido ciclone foi denominado de extratropical, por ocorrer na latitude acima de 30º, e de Catarina por ter a sua maior abrangência no Estado de Santa Catarina.

Roger Clark - PP5RO

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