São fenômenos provocados pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados de encostas, pendentes ou escarpas.
Caracterizam-se por movimentos gravitacionais de massa que ocorrem de forma rápida e cuja superfície de ruptura é nitidamente definida por limites laterais e profundos bem caracterizados.
Os escorregamentos podem ocorrer:
- Isoladamente, no tempo e no espaço, características dos escorregamentos esparsos.
- Simultaneamente com outros movimentos gravitacionais, características dos escorregamentos generalizados.
Causas
A ocupação caótica das encostas urbanas é a principal causa dos escorregamentos causadores de importantes danos humanos, inclusive de mortes, alem dos danos materiais e ambientais e dos graves prejuízos sociais e econômicos.
Embora em outros países os escorregamentos possam ser provocados por outras causas, como abalos sísmicos ou aquecimento de nevados por vulcões. No Brasil, esses movimentos gravitacionais de massa relacionam-se com a infiltração de água e a embebição do solo das encostas. Por esse motivo, no país, os escorregamentos são nitidamente sazonais e guardam efetiva relação com os períodos de chuvas intensas e concentradas.
Os principais fatores antrópicos de agravamento dos riscos de deslizamentos são:
- Lançamento de águas servidas;
- Lançamentos concentrados de águas pluviais;
- Vazamento de redes de abastecimento de água;
- Infiltração de águas de fossas sanitárias;
- Cortes realizados com declive e alturas excessivas;
- Execução inadequada de aterros;
- Deposição inadequada de lixo;
- Remoção descontrolada da cobertura vegetal
Os escorregamentos preponderantemente influenciados por essas causas, são denominados escorregamentos induzidos e assumem características de desastres mistos.
Ocorrência
Os deslizamentos em encostas em morros urbanos vêm ocorrendo com freqüência alarmante nestes últimos anos, devido à expansão desordenada da ocupação de novas áreas de risco, principalmente pela população mais carente.
Para que ocorram escorregamentos, devem-se levar em conta três fatores:
1. O tipo de solo, sua constituição, granulometria e nível de coesão.
2. A declividade da encosta, cujo grau define o ângulo de repouso, em função do peso das camadas, da granulometria e do padrão de coesão.
3. A água de embebição, que contribui para aumentar o peso especifico das camadas, reduzir o nível de coesão e o atrito responsável pela consistência do solo e lubrificar as superfícies de deslizamento.
A distribuição geográfica de escorregamentos de encostas no Brasil vem afetando mais os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Monitorização, Alerta e Alarme.
O estudo geológico e geotécnico das áreas consideradas permite a elaboração de mapas de riscos, nos quais as áreas de risco são definidas segundo valores crescentes da intensidade dos mesmos, numa escala variável entre:
1. Risco desprezível
2. Risco moderável
3. Risco intenso
4. Risco muito intenso
5. Risco extremamente intenso e iminente
O aparecimento de fendas e depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclinação de troncos de árvores, de postes e de cercas e o surgimento de minas d´água, indicam a iminência de deslizamentos.
Medidas Preventivas
As encostas ocupadas caoticamente podem ter as suas condições de segurança melhoradas, mediante amplo programa de ações interativas entre o governo e a comunidade local. Toda a comunidade deve ter um amplo entendimento do problema e as medidas corretivas devem ser definidas por consenso.
As atividades preventivas de caráter permanente podem ser subdivididas em:
- Obras de infra-estrutura
- Medidas não estruturais
- Medidas estruturais de estabilização de encostas.
As obras de infra-estrutura são os esgotamentos de águas servidas, drenagem de águas pluviais, rede de abastecimento d´água, rede de esgoto sanitário e serviço de coleta de lixo urbano.
As medidas não estruturais mais importantes são as ações entre órgãos governamentais envolvidos na solução do problema e a comunidade local, permitindo o estudo conjunto e a definição das soluções mais adequadas.
O mapeamento das áreas de risco, desenvolvimento de diretrizes objetivando a gradual reordenação urbanística das encostas ocupadas de forma caótica, sistema viário, projetos habitacionais e correção de erros cometidos na fase da ocupação (uso de curvas de nível que normalmente não é feita durante a ocupação).
Medidas estruturais de estabilização de encostas são feitas através de obras objetivando o uso de tecnologias como as obras sem estruturas de contenção, obras com estruturas de contenção e obras de proteção contra massas escorregadias.
Como exemplo de obras podemos citar: o Retaludamento, a Drenagem Superficial e Subterrânea, a Drenagem de Estruturas de Contenção e a Proteção Superficial com materiais Naturais ou Artificiais.
O mais importante de tudo, a meu ver, é sem dúvida alguma a educação, através de campanhas de esclarecimento e uma fiscalização sistemática para conter a ocupação de áreas de risco.
Roger Clark – PP5RO
SEDEC / RENER DEFESA CIVIL BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário