Nº 7
Desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas e com as inundações. As inundações podem ser definidas como um transbordamento de água proveniente de rios, lagos e açudes. Podem ser classificadas em função da magnitude e da tipologia:
Em função da magnitude – através de dados comparativos de longo prazo, são classificadas em:
- inundações excepcionais;
- inundações de grande magnitude;
- inundações normais ou regulares;
- inundações de pequenas magnitudes.
Em função da tipologia, as inundações são classificadas em:
- enchentes ou inundações graduais;
- enxurradas ou inundações bruscas;
- alagamentos;
- inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar.
As inundações têm como causa a precipitação anormal de água que, ao transbordar dos leitos dos rios, lagos, canais e áreas represadas, invadem os terrenos adjacentes, provocando danos.
O incremento dos caudais superficiais, na maioria das vezes, é provocado por precipitações pluviométricas intensas e concentrado, mas, também, pode ter outras causas imediatas e/ou concorrentes como:
- degelo;
- elevação dos leitos dos rios por assoreamento;
- redução da capacidade de infiltração do solo, causada por ressecamento, compactação e/ou impermeabilização;
- saturação do lençol freático por antecedentes próximos, de precipitações continuadas;
- combinação de precipitações concentradas com períodos de marés elevadas;
- invasão de terrenos deprimidos e dos leitos dos rios em áreas de rebaixamento geológico, por maremotos ou ressacas intensas;
- rompimento de barragens construídas com tecnologia inadequada;
- drenagem deficiente de terrenos situados a montante de aterros, em estradas que cortem transversalmente vales de riachos;
- estrangulamento de leitos de rios, provocados por desmoronamentos causados por terremotos ou deslizamentos relacionados com intemperismo.
Principais Efeitos Adversos – Normalmente, as inundações provocam grandes danos materiais e, dependendo de sua violência, graves danos humanos. Quando extensas, as inundações destroem ou danificam plantações e exigem um grande esforço para garantir o salvamento de animais, especialmente bovinos, eqüinos, ovinos e caprinos.
Em áreas densamente habitadas, podem danificar ou destruir habitações mal localizadas e pouco sólidas, bem como danificar moveis e outros utensílios domésticos.
O desastre prejudica a atuação dos serviços essenciais, especialmente os relacionados com a distribuição de energia elétrica e com o saneamento básico, principalmente, distribuição de água potável, disposição de águas servidas e de dejetos e coleta de lixo.
Normalmente, o fluxo dos transportes e das comunicações telefônicas, é prejudicado.
As inundações também contribuem para intensificar a ocorrência de acidentes ofídicos e aumentar os riscos de transmissão de doenças veiculadas pela água e pelos alimentos, por ratos (leptospirose), assim como a ocorrência de infecções respiratórias agudas.
Medidas Preventivas:
- previsão de inundações (medições e acompanhamento da precipitação)
- zoneamento (mapeamento das áreas de risco proibindo construções)
- construção de edificações diferenciadas (habitações sobre pilotis)
- projetos comunitários de manejo integrado de micro bacias (preservação da flora e fauna, garantindo a biodiversidade para controle natural de pragas e doenças).
- obras de perenização e controle das enchentes (manejo racional do sistema de represas, construção de canais para drenagem).
- barragens reguladoras (regula a magnitude das inundações)
- obras de desenrosca mento, desassoreamento e de canalização (indicadas especialmente para alagamentos, contribuem para aprofundar as calhas dos rios).
- canais de derivação e de interligação de bacias (derivar fluxo em direção ao mar, de uma bacia para outra e funcionam como obras de controle).
- diques de proteção.
- medidas para otimizar a alimentação do lençol freático.
ENCHENTES OU INUNDAÇOES GRADUAIS
Nas enchentes, as águas elevam-se de forma paulatina e previsível; mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente.
Normalmente, as inundações graduais são cíclicas e nitidamente sazonais. Exemplo típico de periodicidade ocorre nas inundações anuais do Rio Amazonas.
As inundações graduais são intensificadas por variáveis climatológicas de médios e longos prazos e pouco influenciáveis por variações diárias do tempo. Relacionam-se muito mais com períodos demorados de chuvas continuas do que com chuvas intensas e concentradas. O fenômeno caracteriza-se por sua abrangência e grande extensão.
A implementação de um maior numero de estações monitoras automáticas, interligadas por satélites aos centros de computação de dados de Brasília, está permitindo que o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE – aperfeiçoe modelos matemáticos de previsão, altamente precisos.
De um modo geral, a previsibilidade das cheias periódicas e graduais facilita a convivência harmoniosa com o fenômeno, de tal forma que possíveis danos ocorrem apenas:
- nas inundações excepcionais;
- em função de vulnerabilidades culturais, características de mentalidades imediatista e sem o mínimo de previsibilidade.
As Medidas Preventivas
A monitorização anual do fenômeno e o aperfeiçoamento de modelos matemáticos, ao permitirem uma previsão cada vez mais precisa, contribuirão para a redução de possíveis danos e prejuízos. O mapeamento das inundações e o zoneamento urbano e periurbano conseqüentes permitirão uma maior harmonização do homem com a natureza.
ENXURRADAS OU INUNDAÇOES BRUSCAS
As enxurradas são provocadas por chuvas intensas e concentradas, em regiões de relevo acidentado, caracterizando-se por produzirem súbitas e violentas elevações dos caudais, os quais se escoam de forma rápida e intensa. Nessas condições, ocorre um desequilíbrio entre o continente (leito do rio) e o conteúdo (volume caudal), provocando transbordamentos.
A inclinação do terreno, ao favorecer o escoamento, contribui para intensificar a torrente e causar danos. Esse fenômeno costuma surpreender por sua violência e menor previsibilidade, exigindo uma monitorização complexa.
De um modo geral, as enxurradas provocam danos materiais e humanos mais intensos do que as inundações graduais.
As inundações bruscas, por ocorrerem em pequenas e medias bacias, exigem minuciosos estudos, planejamento integrado e intensa participação da comunidade no planejamento integrado e na execução de medidas de previsão, prevenção e controle. O manejo integrado de micro bacias contribui para reduzir as vulnerabilidades e minimizar os danos.
ALAGAMENTOS
São águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes. Nos alagamentos o extravasamento das águas depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das águas acumuladas, do que das precipitações locais.
O fenômeno relaciona-se com a redução de infiltração natural nos solos urbanos, a qual é provocada por:
- compactação e impermeabilização do solo;
- pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração;
- construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas;
- desmatamento de encostas e assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço urbano;
- acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água;
- insuficiência da rede de galerias pluviais.
Os alagamentos são freqüentes nas cidades mal planejadas ou quando crescem explosivamente, dificultando a realização de obras de drenagem e de esgotamento de águas pluviais.
É comum a combinação dos dois fenômenos – enxurradas e alagamentos – em áreas urbanas acidentadas como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades serranas. Em cidades litorâneas, que se desenvolvem em cotas baixas, como Recife e cidades da baixada Fluminense, a coincidência de marés altas contribui para agravar o problema.
Os alagamentos das cidades normalmente provocam danos materiais e humanos mais intensos que as enxurradas. A comunidade deve ser motivada para participar do planejamento de medidas preventivas não-estruturais e estruturais. O planejamento deve ser integrado, multidisciplinar e de longo prazo. O consenso é importante e a filosofia dos projetos comunitários é semelhante a que orienta os projetos comunitários de manejo integrado de bacias, devidamente adaptada ao espaço urbano.
INUNDAÇÕES LITORÂNEAS PROVOCADAS PELA BRUSCA INVASÃO DO MAR
As inundações litorâneas, provocada pela brusca invasão do mar, normalmente caracterizam-se como desastres secundários, podendo ser provocadas por vendavais e tempestades marinhas, ciclones tropicais, trombas d’água, tsunâmis e ressacas muito intensificadas.
O fenômeno ocorre, principalmente, em costas pouco elevadas de continentes e ilhas rasas. Dentre as inundações resultantes de invasão do mar, as mais famosas são as que ocorreram nas terras baixas da Holanda, as quais, como se sabe, foram conquistadas ao mar através da construção de diques.
Normalmente, os danos humanos e materiais e os prejuízos econômicos e sociais são muito intensos.
Como o fenômeno tem múltiplas causas, a monitorização depende do estudo das causas especificas do fenômeno, nas áreas consideradas. Em alguns casos, a construção de diques e as facilidades de bombeamento permanente podem contribuir para a redução do fenômeno.
Roger Clark - PP5RO
Desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas e com as inundações. As inundações podem ser definidas como um transbordamento de água proveniente de rios, lagos e açudes. Podem ser classificadas em função da magnitude e da tipologia:
Em função da magnitude – através de dados comparativos de longo prazo, são classificadas em:
- inundações excepcionais;
- inundações de grande magnitude;
- inundações normais ou regulares;
- inundações de pequenas magnitudes.
Em função da tipologia, as inundações são classificadas em:
- enchentes ou inundações graduais;
- enxurradas ou inundações bruscas;
- alagamentos;
- inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar.
As inundações têm como causa a precipitação anormal de água que, ao transbordar dos leitos dos rios, lagos, canais e áreas represadas, invadem os terrenos adjacentes, provocando danos.
O incremento dos caudais superficiais, na maioria das vezes, é provocado por precipitações pluviométricas intensas e concentrado, mas, também, pode ter outras causas imediatas e/ou concorrentes como:
- degelo;
- elevação dos leitos dos rios por assoreamento;
- redução da capacidade de infiltração do solo, causada por ressecamento, compactação e/ou impermeabilização;
- saturação do lençol freático por antecedentes próximos, de precipitações continuadas;
- combinação de precipitações concentradas com períodos de marés elevadas;
- invasão de terrenos deprimidos e dos leitos dos rios em áreas de rebaixamento geológico, por maremotos ou ressacas intensas;
- rompimento de barragens construídas com tecnologia inadequada;
- drenagem deficiente de terrenos situados a montante de aterros, em estradas que cortem transversalmente vales de riachos;
- estrangulamento de leitos de rios, provocados por desmoronamentos causados por terremotos ou deslizamentos relacionados com intemperismo.
Principais Efeitos Adversos – Normalmente, as inundações provocam grandes danos materiais e, dependendo de sua violência, graves danos humanos. Quando extensas, as inundações destroem ou danificam plantações e exigem um grande esforço para garantir o salvamento de animais, especialmente bovinos, eqüinos, ovinos e caprinos.
Em áreas densamente habitadas, podem danificar ou destruir habitações mal localizadas e pouco sólidas, bem como danificar moveis e outros utensílios domésticos.
O desastre prejudica a atuação dos serviços essenciais, especialmente os relacionados com a distribuição de energia elétrica e com o saneamento básico, principalmente, distribuição de água potável, disposição de águas servidas e de dejetos e coleta de lixo.
Normalmente, o fluxo dos transportes e das comunicações telefônicas, é prejudicado.
As inundações também contribuem para intensificar a ocorrência de acidentes ofídicos e aumentar os riscos de transmissão de doenças veiculadas pela água e pelos alimentos, por ratos (leptospirose), assim como a ocorrência de infecções respiratórias agudas.
Medidas Preventivas:
- previsão de inundações (medições e acompanhamento da precipitação)
- zoneamento (mapeamento das áreas de risco proibindo construções)
- construção de edificações diferenciadas (habitações sobre pilotis)
- projetos comunitários de manejo integrado de micro bacias (preservação da flora e fauna, garantindo a biodiversidade para controle natural de pragas e doenças).
- obras de perenização e controle das enchentes (manejo racional do sistema de represas, construção de canais para drenagem).
- barragens reguladoras (regula a magnitude das inundações)
- obras de desenrosca mento, desassoreamento e de canalização (indicadas especialmente para alagamentos, contribuem para aprofundar as calhas dos rios).
- canais de derivação e de interligação de bacias (derivar fluxo em direção ao mar, de uma bacia para outra e funcionam como obras de controle).
- diques de proteção.
- medidas para otimizar a alimentação do lençol freático.
ENCHENTES OU INUNDAÇOES GRADUAIS
Nas enchentes, as águas elevam-se de forma paulatina e previsível; mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente.
Normalmente, as inundações graduais são cíclicas e nitidamente sazonais. Exemplo típico de periodicidade ocorre nas inundações anuais do Rio Amazonas.
As inundações graduais são intensificadas por variáveis climatológicas de médios e longos prazos e pouco influenciáveis por variações diárias do tempo. Relacionam-se muito mais com períodos demorados de chuvas continuas do que com chuvas intensas e concentradas. O fenômeno caracteriza-se por sua abrangência e grande extensão.
A implementação de um maior numero de estações monitoras automáticas, interligadas por satélites aos centros de computação de dados de Brasília, está permitindo que o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE – aperfeiçoe modelos matemáticos de previsão, altamente precisos.
De um modo geral, a previsibilidade das cheias periódicas e graduais facilita a convivência harmoniosa com o fenômeno, de tal forma que possíveis danos ocorrem apenas:
- nas inundações excepcionais;
- em função de vulnerabilidades culturais, características de mentalidades imediatista e sem o mínimo de previsibilidade.
As Medidas Preventivas
A monitorização anual do fenômeno e o aperfeiçoamento de modelos matemáticos, ao permitirem uma previsão cada vez mais precisa, contribuirão para a redução de possíveis danos e prejuízos. O mapeamento das inundações e o zoneamento urbano e periurbano conseqüentes permitirão uma maior harmonização do homem com a natureza.
ENXURRADAS OU INUNDAÇOES BRUSCAS
As enxurradas são provocadas por chuvas intensas e concentradas, em regiões de relevo acidentado, caracterizando-se por produzirem súbitas e violentas elevações dos caudais, os quais se escoam de forma rápida e intensa. Nessas condições, ocorre um desequilíbrio entre o continente (leito do rio) e o conteúdo (volume caudal), provocando transbordamentos.
A inclinação do terreno, ao favorecer o escoamento, contribui para intensificar a torrente e causar danos. Esse fenômeno costuma surpreender por sua violência e menor previsibilidade, exigindo uma monitorização complexa.
De um modo geral, as enxurradas provocam danos materiais e humanos mais intensos do que as inundações graduais.
As inundações bruscas, por ocorrerem em pequenas e medias bacias, exigem minuciosos estudos, planejamento integrado e intensa participação da comunidade no planejamento integrado e na execução de medidas de previsão, prevenção e controle. O manejo integrado de micro bacias contribui para reduzir as vulnerabilidades e minimizar os danos.
ALAGAMENTOS
São águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes. Nos alagamentos o extravasamento das águas depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das águas acumuladas, do que das precipitações locais.
O fenômeno relaciona-se com a redução de infiltração natural nos solos urbanos, a qual é provocada por:
- compactação e impermeabilização do solo;
- pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração;
- construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas;
- desmatamento de encostas e assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço urbano;
- acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água;
- insuficiência da rede de galerias pluviais.
Os alagamentos são freqüentes nas cidades mal planejadas ou quando crescem explosivamente, dificultando a realização de obras de drenagem e de esgotamento de águas pluviais.
É comum a combinação dos dois fenômenos – enxurradas e alagamentos – em áreas urbanas acidentadas como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades serranas. Em cidades litorâneas, que se desenvolvem em cotas baixas, como Recife e cidades da baixada Fluminense, a coincidência de marés altas contribui para agravar o problema.
Os alagamentos das cidades normalmente provocam danos materiais e humanos mais intensos que as enxurradas. A comunidade deve ser motivada para participar do planejamento de medidas preventivas não-estruturais e estruturais. O planejamento deve ser integrado, multidisciplinar e de longo prazo. O consenso é importante e a filosofia dos projetos comunitários é semelhante a que orienta os projetos comunitários de manejo integrado de bacias, devidamente adaptada ao espaço urbano.
INUNDAÇÕES LITORÂNEAS PROVOCADAS PELA BRUSCA INVASÃO DO MAR
As inundações litorâneas, provocada pela brusca invasão do mar, normalmente caracterizam-se como desastres secundários, podendo ser provocadas por vendavais e tempestades marinhas, ciclones tropicais, trombas d’água, tsunâmis e ressacas muito intensificadas.
O fenômeno ocorre, principalmente, em costas pouco elevadas de continentes e ilhas rasas. Dentre as inundações resultantes de invasão do mar, as mais famosas são as que ocorreram nas terras baixas da Holanda, as quais, como se sabe, foram conquistadas ao mar através da construção de diques.
Normalmente, os danos humanos e materiais e os prejuízos econômicos e sociais são muito intensos.
Como o fenômeno tem múltiplas causas, a monitorização depende do estudo das causas especificas do fenômeno, nas áreas consideradas. Em alguns casos, a construção de diques e as facilidades de bombeamento permanente podem contribuir para a redução do fenômeno.
Roger Clark - PP5RO
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