Nº 10
Queda Intensa da Umidade relativa do Ar.
A umidade relativa do ar, é a relação, expressa em porcentagem, entre a quantidade de vapor d’água existente no ar e a quantidade máxima que o ar pode conter, sob as mesmas condições de temperatura e pressão. Valores abaixo de 40% favorecem a ocorrência de incêndios.
O fenômeno adverso é relativamente freqüente em áreas de planalto continental, distantes das influencias suavizadoras do clima marítimo. No Brasil, a queda intensa dos níveis de umidade atmosférica ocorre, principalmente, no semi-árido e na área de planalto da região centro-oeste.
As duas maiores cidades da região centro-oeste – Goiânia e Brasília – são particularmente vulneráveis ao fenômeno, que tende a se intensificar todos os anos, entre meados de junho e meados de setembro.
Principais Efeitos Adversos
Uma queda de índices de umidade do ar, quando em torno de:
- 30%, causam sensação de desconforto físico.
- 15%, além do desconforto físico, causam aumento dos índices de morbidade por desidratação e por afecções respiratórias.
OBS: Os trabalhos ao ar livre, nos horários de maior calor e insolação, devem ser suspensos, quando os níveis de umidade aproximar-se de 15%.
A queda dos índices de umidade relativa do ar, no planalto central brasileiro, coincide com o período de redução das precipitações pluviométricas e com a intensificação do fenômeno de inversões térmicas, nas camadas superiores da atmosfera.
A somação dos três fenômenos adversos contribui para:
- reduzir as reservas hídricas de superfície e sub-superficie.
- incrementar o consumo de água tratada.
- intensificar o resseca mento das pastagens e da vegetação geral.
- incrementar os incêndios florestais.
- intensificar a poluição atmosférica e reduzir a visibilidade.
- intensificar os índices de morbidade por desidratação e por afecções respiratórias.
Medidas Preventivas
Planejamento integrado de cidades vulneráveis à redução da umidade e aos períodos de estiagem.
São vários os fatores que poderão ser colocados em pratica, definidos por diretrizes.
- Diretrizes relativas às reservas hídricas, tais como a proteção das reservas hídricas, manejo integrado de micro bacias, armazenamento de recursos hídricos, entre outros.
- Diretrizes relativas à cobertura vegetal, com a implementação de coberturas vegetais em áreas urbanas e periurbanas com o plantio adensado de espécies arbóreas perenes, arvores dotadas de grandes raízes pivotantes, capazes de atingir o lençol freático, mesmo em períodos de estiagem.
Florestar ou reflorestar os divisores de água (alto de morro), as encostas íngremes, as nascentes, as matas ciliares contribuindo para amenizar o micro clima local. Intensificar a alimentação do lençol freático e reduzir os efeitos da erosão.
- Diretrizes relativas à urbanização, edificação e ao apoio comunitário.
As casas devem ser construídas com o pé direito alto para aumentar a ventilação; as portas e janelas localizadas a facilitar a ventilação cruzada; jardins densamente vegetados, buscando desenvolver um micro clima ameno.
Os edifícios devem ser planejados e construídos buscando aproveitar ao máximo, o efeito venturi, para aumentar a circulação natural de ar.
As medidas não estruturais estão relacionadas com os hábitos das pessoas, que devem:
- reduzir atividades físicas ao ar livre nos horários de maior calor e insolação.
- suspender as atividades físicas ao ar livre, quando os níveis de umidade atingir 15%.
- ingerir líquidos (água e sucos) e alimentos leves (frutas e verduras).
- vestir roupas leves.
- colocar toalhas molhadas e bacias d’água no quarto, principalmente, para crianças e idosos.
- evitar o uso excessivo do ar condicionado.
Com certeza, a nossa visão de Defesa Civil se torna a cada momento mais presente entre nós e particularmente, me sinto honrado em poder compartilhar deste trabalho com todos vocês, amigos leitores e radioamadores.
Sempre QRV, seguiremos adiante com o propósito de servir e de dividir a alegria e o entusiasmo de sermos úteis.
Roger Clark – PP5RO
SEDEC / RENER - DEFESA CIVIL BRASIL
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